domingo, 20 de setembro de 2009

Histórias do pelotão

Não é de hoje que provas de longa distância atraem e produzem figuras marcantes. No carvão não foi diferente. Já falamos aqui do Zé "sem" Bigode, do Linguarudinho, dos gaúchos Super Randonneurs 2009, do "Fábio Pocotó", do Raul e atualizamos a lista:


- o cara veio do local mais longínquo destas bandas, Maringá/PR. Soube que comeu uma massa no restaurante indicado pela prova e era "ao funghi". Nascia aí o "Alucinado do Carvão". Com cogumelo na parada o randonneur chegou a Orleans desorientado. A organização o encontrou no posto tigre de Orleans, às 3h30m da madrugada. Não sabia se pegava carona, se seguia em frente, se ficava onde estava, se voltava ao local de largada... nos despedimos do mesmo informando que apenas 12KM o separavam do PC1/3, em São Ludgero, sendo que metade desses quilômetros era de descida. Conclusão: não apareceu nos PCs, não atendia ao telefone e foi encontrado novamente no local de largada pelo "Raulzito", perto das 17h de domingo;

- o Cantinho da Massa é pródigo em sabores de pizzas. Então, soube que um cara de Florianópolis pediu o sabor "sal de frutas". Após a iguaria, nascia aí o "Vomitão do Carvão". A figura vomitou e se superou até a "rampa lança-míssil" (aquela subidinha bucólica na saída de Lauro Müller...). Segundo o próprio, bem no meio da rampa houve uma "câimbra em cadeia", travando totalmente o sistema. Conclusão: SAMU nele!! "Brevetou" no carro da organização.





- tem o Maguido de Içara, com um visual retrô e sempre de bom espírito, quando a coisa ficava dura, dá-lhe rapadura que cura;





- tem também o "El Gringone" Jorge Rovetto. Responável pela internacionalização desse brevet, figura robusta e marcante aos 62 anos de idade, logo ganhou o apelido de "Jacque Cousteau". Brevetou com um tempo excepcional e quando conversei com o mesmo no PC5, estava com um ótimo semblante.











- tem ainda a turma de Curitiba, o Sérgio Lopes, aspirante a frentista do Posto Fratelli (PC2); o Pedro Burba que no finalzinho, só pra mostrar que tava tudo sob controle, foi até o BR101 comer um risólis de presunto e queijo no Bar do Jóia (brincadeirinha...); e a guerreira Greiciely Lopes que quando a vi no PC4, o temido, totalmente destruída, a última a carimbar seu passaporte no local, faltando meros 15 minutos para o fechamento do PC, e sabendo que "apenas" 99Km a separavam da conquista, chorou um pouco no ombro no namorado, pediu uma faca emprestada pro "Mariot", proprietário da lancheria, mordeu-a com força e só soltou na linha de chegada. Furiosa.





- por fim, há "Os Rabetas", dois florianopolitanos muito descontraídos e de bom espírito. Aqui vale um parênteses: suas mulheres os acompanharam ao longo do trecho que percorreram. Os vi parando em alguns PCs "extras" pelo caminho e fiz "vista grossa". Claro, caso não estivessem no final do pelotão não admitiria esse tipo de coisa. Não gosto de ser "provalecido", estava estampado no rosto deles o quanto a empreitada estava sendo dura. Conselho aos amigos: numa primeira análise, um carro acompanhando acalenta o coração e transmite segurança. Mas é uma via de mão dupla, pois a regra de ouro (ver post sobre o assunto) do randonnée está indo para o espaço, em outras palavras, sem ritmo não há brevet. No final das contas, quanto mais tempo parado, pior. Ainda, partindo do pressuposto de que nossos carros são uma extensão de nossos lares... desistir e ir pra casa estará sempre "à mão".


- para pensar: "Randonnée não cansa; exaure. Só cansa quem não tem ritmo."

Abraço a todos!!

5 comentários:

Viramesa disse...

posentão..ali mo posto tigre tive uma noite de rei...As indas e vindas ao trono foram muitas durante toda madrugada, minha prova acabou ali..rsrsrs
2010 tai,sem cogumelos ou massas ou pizzas

Marcelo Viramesa ou o Alucinado do Carvão
Maringá-Pr

jaguara-gringo disse...

Hola galera: fue la mejor prueba que hice en mi vida, por el esfuerzo que significò, la capacidad de los organizadores, la belleza del paisaje durante el recorrido. Estoy sorprendido porque a mis 62 casi 63 años pude conquistar los "300 do carvao". Obrigado a todos y un saludo especial para Maico, gran amante de la bike y sobre todo un escritor apasionado. Jorge Luis Rovetto

Rafael P. de Castro disse...

Maico, sempre passo por aqui pra ver as novidades... São lembranças boas do Audax do Carvão que me trazem de volta. Lembrei que o Edson Berreta "pensou" como seria bacana um brevet 200km indo até o fim da Serra do Rio do Rastro. A idéia é bárbara, talvez vocês já tenham pensado nisso, mas não custa comentar. Abraços randonneiros e até o próximo desafio.

Rafael

Greiciely Personal Trainer disse...

Fico extremamente honrada em saber que faço parte das "figuras marcantes" do Audax do Carvão!!!!

Desculpem-me se eu pareci estar "furiosa", era de brincadeirinha! Eu estava super feliz por ter conseguido completar um desafio desses sem ao menos ter treinado...
Quem sabe ano que vem eu encaro mais um Audax do Carvão!!! Até lá dá tempo de treinar e aprender a regular a altura do selim... rs

Abraço a todos.

Greiciely Lopes
Curitiba - PR

Kbca disse...

Da rabeta ao revanche! Vale?! Segundo Audax, várias lições aprendidas! Várias figuras conhecidas ao longo de alguns muitos quilometros!
Ano que vem, a dupla da rabeta, estará de volta, pra completar a prova.
Maicon, a gelada na chegada, vai ser por su conta! Hehehehe
Abraço a todos e parabéns aos que completaram! Parabéns também, aos que tentaram!